Saúde
Zumbido no ouvido é sinal de alerta
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É uma sensação sonora que não tem relação com nenhum estímulo externo e é percebido apenas pelo paciente. Por causa disso, é chamado de percepção auditiva “fantasma” e ocorre em cerca de 28 milhões de pessoas no Brasil.
A otorrinolaringologista Milena Costa lembra que o zumbido no ouvido é um sintoma e que pode ter uma ou mais causas. “Algumas vezes, uma simples lavagem resolve o problema que pode ser causado por excesso de cera”, afirma. “Mas as causas podem ser várias, como infecções, problemas odontológicos, alterações musculares, hormonais e cardiovasculares, diabetes, excesso de cafeína, álcool, tabaco… o zumbido é um sinal de alerta de que algo não vai bem”.
A intensidade e irritação provocada pelo zumbido varia de pessoa para pessoa. “Alguns só escutam no silêncio e outros o tempo todo, mas é muito importante procurar um especialista e identificar a causa para que seja encaminhado o tratamento adequado”. Alguns podem desenvolver dificuldade para dormir e se concentrar, ansiedade, depressão e até limitação da vida social.
Covid-19
Existem relatos e alguns estudos sendo feitos sobre zumbidos em pessoas infectadas com o vírus, mas nada ainda comprovado de que o Covid-19 causaria o sintoma. “O que pode acontecer, sem dúvida, é o aumento da ansiedade e tensão durante esses tempos difíceis de pandemia e os casos de zumbido aumentarem por causa disso também”, afirma Milena Costa.
Misofonia
Misofonia (miso=aversão/ódio; fonia=sons) ou também conhecida como síndrome da sensibilidade ao som seletivo (4S) é uma condição pouco conhecida que provoca uma irritabilidade ou emoção negativa a determinados sons como por exemplo mastigação, respiração ou torneira gotejando. Os sintomas geralmente iniciam-se na adolescência e comumente apresentam outros sintomas auditivos, como zumbido, ou psicológicos, como ansiedade e depressão, associados.
Hiperacusia
A intolerabilidade a sons ambientes inespecíficos é denominada hiperacusia. Pessoas que sofrem de hiperacusia referem desconforto e até mesmo dor aos estímulos sonoros normalmente não desconfortáveis. Grande parte desses indivíduos apresentam zumbido associado.
A qualidade de vida de pessoas que sofrem dessas condições é, em geral, bastante afetada. Segundo a otorrinolaringologista “elas evitam ambientes sociais que as incomodem, socializam menos e, muitas vezes, até se distanciam de familiares e/ou cônjuges”. Por isso, é muito importante procurar ajuda profissional.
Sobre a Dra. Milena Costa
Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.
Assessoria